Como perder uma infância
Por Rachel Macy Stafford traduzido com permissão da autora por Elis W. Alves
Achei este post não me lembro como. E apesar de não ter filhos ele ressoou comigo. Quantas vezes deixo de lado as pessoas mais importantes da minha vida para ficar no telefone/internet/computador? É para ler e refletir. Se quiser ler o original, veja aqui. E se quiser visitar o blog dela ‘Hands Free Mama’ para mais artigos, clique aqui. Boa leitura.
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Compartilhando minhas próprias verdades dolorosas sobre distrações nos dias modernos, ganhei um insight inesperado. Neste ano e meio de vida do blog, tenho ouvido diariamente confissões de distração.
Até agora, eu nunca soube o que fazer com esta coleção de confissões dolorosas de uma sociedade excessivamente conectada. Mas hoje, em um momento de profunda clareza, descobri. A chave foi uma mulher com 35 anos de experiência de trabalho em creches.
Ela enviou uma mensagem depois de ler meu post “As crianças falaram” (The Children have spoken), que incluía observações perturbadoras das próprias crianças sobre o uso excessivo do celular por parte de seus pais.
Assim que li a primeira frase do e-mail que ela me mandou, sabia que esta mensagem era diferente de todas as outras que havia recebido até então. Fiquei arrepiada enquanto digeria cada palavra de uma mensagem que soava próxima demais á realidade.
Era uma voz urgente, cheia de angústia e sabedoria, falando diretamente aos pais do século 21:
“Lembro-me de uma época em que quando você estava com seus filhos, estava realmente com eles. Conversava com eles mesmo que ainda não falassem. Você dizia: ‘Olha o ônibus! Olha o cachorro! Etc. “Agora, vejo você ao telefone, empurrando seus filhos no balanço enquanto está distraído com seus dispositivos. Acha que está gastando tempo com eles, mas não está realmente presente. Quando vejo você pegar seus filhos na creche enquanto fala ao telefone, isso me parte o coração. Eles escutam suas conversas de adulto. E o que eles ouvem? Qual é a mensagem que eles recebem? Não sou importante, não sou importante.”
Em um parágrafo de 100 palavras esta mulher, que cuida de bebês desde 1977 nos deu uma receita perturbadora: como perder uma infância.
E como possuo centenas de confissões de distração, inclusive histórias da minha própria vida distraída de antigamente, tenho todos os ingredientes prejudiciais.
Tudo que é preciso é: uma criança e um celular, e esta receita trágica pode ser sua.
Siga esta receita e você terá:
• Oportunidades perdidas de conectar-se
• Menores chances de criar belas recordações
• Falta de conexão com as pessoas mais preciosas para você
• Incapacidade de realmente conhecer seus filhos e vice-versa
• Um remorso gigante
Se você achar esta receita difícil de ler, se descobrir que está com os olhos cheios de lágrimas; eu te agradeço, e seu filho te agradece.
Não é fácil pensar na possibilidade que as distrações da vida moderna tenham tomado prioridade frente as pessoas mais importantes da sua vida. Na verdade, quando admiti essa verdade a mim mesma há quase dois anos, tive um colapso emocional. Apesar disto o colapso tornou-se um avanço que me impeliu a começar minha jornada ‘de mãos livres’.
Aqui está o segredo: você não precisa seguir a receita acima.
Sim, este é o século 21.
Sim, todo o mundo está online.
Sim, comunicação é importante para o trabalho.
Sim, às vezes você precisa estar prontamente disponível.
Mas apesar de todos esses fatores, você não tem que sacrificar a infância do seu filho, nem a sua vida.
Posso recomendar uma outra receita em vez disso?
A receita de “como aproveitar uma Infância” exige apenas uma coisa: que você deixe de lado seu telefone celular. Seja por dez minutos, duas horas, ou um sábado inteiro. Verdadeiras conexões, criação de memórias e ligação entre pais e filhos podem ocorrer toda vez que você deixar a distração para atender a quem realmente importa.
Resultados lindos e transformadores da sua decisão de andar “de mãos livres” podem começar hoje, agora. Assim que você desligar o telefone.
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Sobre a autora: Minha vida começou a mudar o dia em que parei de justificar minha vida altamente distraída e reconheci que estava perdendo momentos preciosos que nunca poderia recuperar. Imaginei minha filha no palco na formatura de segundo grau e me perguntei ‘Quando ela tiver 18 anos, será que vou desejar ter passado mais tempo no telefone/trabalho/na minha vida social? Ou vou desejar que tivesse tido mais tempo para investir nela?
A resposta era simples.
Minha esperança é que este post inspire pelo menos uma pessoa a se aperceber do quanto usa o telefone (ou computador) na presença de seu filho. Por favor compartilhe esta mensagem importante clicando o botão ‘compartilhar’. Se cair nas mãos certas, este pode ser o melhor presente que alguém já recebeu.
Acho que até pode ser aplicado não só a filhos, mas a todas as pessoas ao nosso redor, principalmente familiares.