Museu do Holocausto – ou ‘O quê é preciso para que o mal triunfe’

by Elis Alves posted 22/06/2012 category Artes/Fotografia, Curitiba, Links Úteis, Mundo

Curitiba tem o único Museu do Holocausto da América Latina, sabia disto?

Pois é. E vale MUITO á pena visitar. (Para agendar sua visita, clique aqui)

Em Fevereiro deste ano, quando abriu, tive o privilégio de fazer parte da equipe que  fotografou a inauguração e o primeiro grupo de pessoas (incluindo alguns sobreviventes) que passaram pelo museu. Em um país que trata a história e a memória tão mal quanto o nosso Brasil, o museu é um lugar imprescindível de se visitar.

A emoção era palpável, e as lágrimas corriam soltas. Como foi falado durante a cerimônia,’não se sabe quantos Einsteins, Chagalls, Itzhak Perlmans, Jonas Salks, Spielbergs, Modiglianis só para mencionar alguns, morreram no Holocausto’.  O fato permanece de que o povo judeu, independente da visão de seus (muitos) detratores, nos deu e continua a nos dar um grande número de cientistas, músicos, compositores e artistas que criaram incontáveis obras de arte, filmes, músicas, fizeram descobertas científicas etc, que marcaram nossa história.

Pensando só por este lado, a perda é incalculável. Alguém disse: ‘O pedaço de terra mais valioso do mundo, é o cemitério. Lá estão enterrados livros, obras de arte, descobertas científicas e sinfonias inteiras que nunca chegaram a serem  feitas ou completadas.’

O outro lado é a dor emocional dos sobreviventes. Esta dor é a mesma que vi nos olhos de meus melhores amigos ruandeses. Aqueles cujas famílias foram dizimadas e só sobreviveram por milagre, se escondendo por dias á fio entre os corpos dos que foram massacrados ou pela boa vontade de um hutu que se recusou a matar.

Penso que, por melhores que sejam nossas intenções, é inútil esperarmos que isto nunca mais aconteça. Desde a II Guerra, o mundo já viu alguns outros genocídios acontecerem. Armenos, sudaneses, e  a própria Ruanda são só os mais conhecidos e recentes. Mas quem sabe, conhecer mais sobre o holocausto nos leve a ver a questão de maneira muito mais pessoal e nos inspire a nos levantarmos individual e coletivamente contra o Mal. Porque uma pessoa pode fazer diferença. Basta decidir e agir.

“Tudo o que é preciso para que o mal triunfe, é que os homens de bem não façam nada.” Edmund Burke

Miguel Krisgner (D), o maior responsável pela construção e inauguração do museu com Guita Soifer (E), artista plástica que criou várias obras para a entrada do museu.

Judeus ortodoxos, não-ortodoxos, protestantes, católicos, dignitários e a comunidade judaica em geral, participaram da cerimônia.

A emoção era visível no rosto de todos, especialmente os mais velhos…

Os casal de sobreviventes mais velhos  do Holocausto que chegaram no Paraná.

Acendendo duas das seis velas em honra aos 6 milhões de judeus mortos pelo ideal assassino de Hitler.

Já dentro do museu, várias projeções e objetos retratando a vida durante o período da II Guerra para os judeus.


Os infames números que os prisioneiros recebiam ao chegar nos campos de concentração e extermínio.


Cada objeto tem uma história.


Pôsteres da propaganda nazista genocida.


Na saída do museu, uma mensagem de esperança.



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